terça-feira, 7 de outubro de 2008

E POR FALAR EM PAULO APÓSTOLO...


No dia 29 de junho, festa de São Pedro e São Paulo, “Dia do Papa”, iniciou-se, na Igreja Católica, o ANO PAULINO, em comemoração aos 2000 anos de nascimento de Paulo Apóstolo.

O evento religioso nos convida a conhecer a figura, a postura, o perfil, a formação, a missão e as viagens apostólicas do apóstolo Paulo.

Nascido grego, em Tarso, cidade de cultura grega, depois como judeu, educado e formado em Jerusalém por Gamaliel, na tradição rabínica e finalmente como cristão se tornou apóstolo dos gentios, após sua conversão.

Quando criança e jovem, em casa e em Jerusalém, recebeu formação judaica. Fiel à formação recebida, era ferrenho perseguidor dos cristãos.

O apedrejamento do Diácono Estevão, pelo ano 36-37 d.C., questionou seu procedimento e marcou sua vida, pois o Decálogo proíbe matar (Ex 20, 3). A caminho de Damasco, Cristo lhe aparece e pergunta: “Saulo, porque me persegues?” (At 9, 4).

Envolvido pela luz, cai e se inicia o seu caminho de conversão, e no deserto, instruído pelo Mestre Divino, se torna o Apóstolo dos Gentios.

No método paulino de evangelizar percebemos 4 passos:

♦Ele visitava casas, comunidades e cidades, anunciando o Evangelho.

♦Instituía líderes locais como responsáveis pelas comunidades e pontos de contato com o apóstolo.

♦Escrevia cartas, exortando, cuidando, prevenindo perigos e encorajando no testemunho.

♦Revia as comunidades com visitas apostólicas.

Nossa evangelização hoje se pode espelhar assemelhar e inspirar na prática do apóstolo dos gentios?

Na Bíblia há 13 cartas atribuídas a Paulo Apóstolo. Inquestionavelmente 7 são de Paulo: 1Ts, 1 e 2 Cor, Fl, Gl, Rm e Fm. As demais poderiam ser de discípulos ou adaptadas.

Enquanto exegetas e biblistas discutem... elas continuam de Paulo apóstolo. Paulo escreveu a partir do Evangelho, que não se supera, mas se incultura, se adapta, se molda aos tempos, lugares e momentos.

O conteúdo doutrinário é atual, porque a missão, o amor e a liberdade de fé são temas para cada época.

Galácia, Corinto, Filipos, Tessalônica... são cidades atuais, igrejas nossas, apenas com nomes e locais diferentes.

O conhecimento das viagens apostólicas de Paulo desperta nova consciência pastoral (após a Conferência de Aparecida!...), um desafio para a evangelização dos discípulos missionários: ir ao encontro dos fiéis, dos infiéis e dos não-fiéis. “Ide, ensinai a todos os povos...” (Mt 28, 19).

É preciso coragem, convicção diante dos desafios, calúnias, perseguições e difamações. Há quem se acovarde com medo dos prejuízos da missão e das profecias.

A universalidade da missão se estende a todos os cristãos. A Igreja é essencialmente missionária (EN 14). Para Paulo é mais importante evangelizar do que sacramentalizar. “Ai de mim se eu não evangelizar... (1Cor 9, 16 ).

Na primeira carta aos Coríntios, especificamente, nos capítulos 12, 13 el4, Paulo apóstolo enumera dons, carismas, ministérios, tarefas, encargos, responsabilidades... que provém do mesmo Espírito Santo e são destinados a serviço da comunidade dos irmãos.

Parece que Paulo quer a Igreja de Cristo toda ministerial. Ao falar sobre a Igreja, Paulo a compara à imagem do corpo com seus membros, cada um com sua função e identidade. Por causa de um membro, pode o corpo todo sofrer.

Se todos os membros cumprem sua função, o corpo fica bem, com saúde.

Também a Igreja é constituída de membros. Se cada um cumpre seu papel, sua função com qualidade profissional, intensidade de fé, com interiorização do Evangelho e testemunho de vida, os frutos de sua missão e evangelização serão os melhores e maiores possíveis para toda Igreja.

Referindo-se à vida em família, o Apóstolo aconselha: “Mulheres, sede dóceis a vossos maridos, porque assim convém no Senhor. Maridos amai vossas esposas e não as trateis com asperesa. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais não irriteis vossos fi- lhos para que não desanimem” (Col 3, 18-21).

As palavras de Paulo Apóstolo continuam ecoando num mundo cada vez mais sedento de justiça, paz e solidariedade. Faça delas, suas palavras e evangelize. (Fonte: Revista Pegadas no. 113 de julho de 2008).

Vamos dialogar com Paulo: comente as frases grifadas e logotipo do Ano Paulino.

Pe. Airton Frazner, scj

Província Brasileira Central