01. Qual é o tema e o lema da Campanha da Fraternidade deste ano?- O tema é: Fraternidade e Segurança Pública, e o lema: A paz é fruto da justiça (Is 32,17).02. Como se chegou ao tema da CF 2009?- Diversas pastorais sociais, com o apoio de dioceses e tendo à frente a Pastoral Carcerária, sugeriram o tema da segurança pública para a CF. A CNBB acolheu a sugestão e está realizando, depois de tê-la organizado e divulgado.03. Qual o objetivo central da CF 2009?- Segundo os Bispos do Brasil, “é suscitar o debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social, que seja garantia de segurança” (CNBB, Texto-Base, n.4).04. Para que o objetivo seja alcançado quais são os objetivos específicos propostos pela CNBB? a) - Desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, a fim de que possam se sensibilizarem e se mobilizarem, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e a promoção da cultura da paz.b) - Denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns.c) - Fortalecer a ação educativa e evangelizadora, objetivando a construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação dos direitos como causa da violência e o rompimento com as visões de guerra, as quais erigem a violência como solução para a violência.d) - Denunciar a predominância do modelo positivo presente no sistema penal brasileiro, expressão de mera vingança, a fim de incorporar ações de conflitos que visem à superação dos problemas e à aplicação da justiça restaurativa. e) - Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz.f) - Desenvolver ações que visem à superação das causas e dos fatores de insegurança.g) - Despertar o agir solidário para com as vítimas da violência.h) - Apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos humanos (CNBB, Texto Base, n. 5)05. O tema da CF 2009 é atual?- Sim. A violência tem feito muitas vítimas todos os dias, de norte a sul do país. Tem-se a impressão de que ela chegou para ficar, o que gera medo, angústia, insegurança. Vivendo numa democracia, temos a sensação de que o estado é de guerra. Daí a pergunta: Cadê a segurança pública?06. Quais as fontes geradoras da violência?- Muitas. Eis algumas: a péssima distribuição de rendas, a desestabilização familiar, o fracasso do sistema educacional, o desemprego, o tráfico e uso de drogas, o abuso de poder, a corrupção generalizada, os acidentes de trânsito, as agressões por motivos fúteis... Quando o ter impera sobre o ser, a vida entra em colapso. 07. Existe violência no sistema carcerário?
- Demais. As causas mais frequentes: abuso policial, corrupção, tráfico de drogas e de armas, gangues, “queimas de arquivo” superlotação de celas, rebeliões entre outras. No ano passado a divulgação de um levantamento estarreceu o Brasil: mais de nove mil pessoas continuam presas apesar de já terem cumprido suas penas. Motivo? O descalabro do sistema judiciário.08. A quem cabe o dever da segurança pública?Segundo a Constituição (artigo 144) a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade (=proteção) das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos; (1) Polícia Federal, (2) Polícia Rodoviária Federal, (3) Polícia Ferroviária Federal, (4) Polícias civis, (5) Polícias militares e de corpo de bombeiros militares, (6) Guardas municipais.09. As polícias estão cumprindo com sua obrigação?- Não. Embora não se tenha dúvida de que a maioria dos policiais é honesta e honra a missão que assumiu, há “quadrilhas armadas” que promovem a violência em lugar de preservar a ordem, cometendo assassinatos, torturando, acobertando o tráfico de drogas, vendendo armas etc. È urgentíssimo que as polícias sejam purificadas, reestruturadas, para que voltem a ter a confiança da população. Enquanto isso não acontecer vamos continuar com medo! 10. A segurança pública é também dever dos cidadãos?- Sim. A primeira obrigação é do Estado - a quem entregamos os impostos - cabendo a todos nós, cidadãos, a co-responsabilidade por ela. Se fizermos a nossa parte, aderindo a uma cultura da vida, e o Estado fizer a parte que lhe compete, chegaremos à paz tão almejada.11. O que é a cultura da vida?- É optar por tudo que gera vida: justiça, honestidade, verdade, tolerância, paciência, compreensão, perdão, direito, retidão... Quem ama a vida, a promove, criando ao seu redor um “espaço e um ambiente” onde a vida é respeitada, defendida, priorizada. Quem opta pela violência alimenta a cultura da morte.12. A família é importante para a geração da cultura da vida? - Sem dúvida! Filhos que crescem vendo os pais brigarem e se agredirem terão maior possibilidade de serem violentos. A paz em casa é promessa de filhos equilibrados e cultivadores da paz. A família é chamada a ser promotora da cultura da vida em todas as suas atividades, a começar pelo amor com que os pais acolhem os filhos desde o momento em que os concebem.13. Que ações a CNBB sugere para a CF 2009?- Eis algumas: (1) Incentivar a criação de centros que ofereçam programas de formação em temas voltados para as questões de segurança pública; (2) Incluir o tema da segurança pública nos programas de formação para a Iniciação Cristã, Catequese e Pastoral da Juventude; (3) Apoiar e fortalecer a família na sua missão de educar os filhos nos autênticos valores humanos e cristãos, bem como de desenvolver atitudes de solidariedade, misericórdia, compreensão e busca sadia de superação de conflitos; (4) Utilizar os meios de formação como homília, catequese, encontros, cursos, escolas da fé, para aprofundar temas relativos à segurança pública, a fim de atingir as pessoas que participam da vida eclesial; (5) Acompanhar e apoiar as associações que lutam para superar as causas da insegurança; (6) Promover dinâmicas que levem ao perdão e a reconciliação, sobretudo nas famílias (outras sugestões no Texto-Base n. 297-298).